Antes que o café esfrie

O livro de contos Nós matamos o Cão Tinhoso!, de Luís Bernardo Honwana, é um marco da literatura africana. Obra polêmica, publicada em Moçambique em 1964, foi criticada por aqueles que defendiam o colonialismo português, e aclamada pelos que defendiam a liberdade e a autonomia do país. O volume é composto por sete contos que expressam de forma emocionante a realidade sufocante dos trabalhadores moçambicanos durante a colonização portuguesa. O leitor vai conhecer contos sublimes que dão destaque às experiências dos oprimidos como as crianças e os trabalhadores negros na era colonial. Nós matamos o Cão Tinhoso! foi publicado em alemão, espanhol, francês, inglês e sueco, além das várias edições em Português em Moçambique e Portugal. No Brasil, teve uma única edição em 1980. A obra recebeu prêmios em Moçambique e na África do Sul, e foi classificada entre os “100 melhores livros africanos do século XX”, pela ASC Library, da Universiteit Leiden, na Holanda.

A série Trono de Vidro, escrita por Sarah J. Maas, é uma saga de fantasia épica que combina ação, romance, magia e mistério em uma narrativa poderosa que evolui livro após livro. Ao longo de oito volumes — A Lâmina da Assassina, Trono de Vidro, Coroa da Meia-Noite, Herdeira do Fogo, Rainha das Sombras, Império de Tempestades, Torre do Alvorecer e Reino de Cinzas — acompanhamos a jornada intensa de Celaena Sardothien, uma das personagens femininas mais cativantes e complexas da fantasia contemporânea. Celaena é introduzida como uma assassina infame, marcada pela perda e pelo sofrimento, mas também pela força e inteligência. Sua história começa sombria, encarcerada nas minas de sal de Endovier, mas logo se transforma quando ela é convocada para uma competição mortal cujo prêmio é sua liberdade. A partir daí, a trama cresce em escala, levando o leitor de intrigas palacianas e conspirações sombrias a guerras épicas e segredos antigos que moldam o destino do mundo. A narrativa de Maas é habilmente construída: personagens bem desenvolvidos, reviravoltas impactantes e um sistema mágico que se revela aos poucos, ganhando profundidade e complexidade. A série começa com um tom mais próximo de jovem adulto e, gradualmente, amadurece junto com seus protagonistas, explorando temas como identidade, perda, sacrifício, lealdade e o poder da escolha. Um dos grandes trunfos da saga é a evolução da protagonista. Celaena não é uma heroína tradicional: ela é arrogante, sarcástica, cheia de falhas — mas também profundamente humana. Conforme a série avança, ela deixa de ser apenas uma assassina habilidosa para se tornar uma líder, símbolo de resistência e esperança. Ao seu redor, outros personagens também brilham, como o leal capitão Chaol Westfall, o encantador príncipe Dorian Havilliard, e inúmeras outras figuras femininas fortes e memoráveis. Além dos conflitos emocionais e políticos, a série entrega batalhas épicas, magia ancestral, reinos em colapso e criaturas das trevas, tudo narrado com o estilo envolvente e cinematográfico de Maas. A autora também sabe dosar momentos de tensão com romance, humor e reflexões existenciais, criando uma experiência literária completa. Conclusão: Trono de Vidro é uma saga arrebatadora, que cresce com cada volume, surpreende com seus desdobramentos e deixa o leitor emocionalmente envolvido até a última página. Sarah J. Maas criou um universo rico, vibrante e inesquecível, que conquista fãs ao redor do mundo por sua intensidade emocional e sua grandiosidade épica. Uma leitura imperdível para quem ama fantasia com personagens fortes, mundos bem construídos e muita reviravolta. Uma das melhores séries de fantasia moderna, com uma protagonista que entra para a história.

“Dragões são leais. Humanos nem sempre.” Com essa premissa pulsando em cada página, Tempestade de Ônix, terceiro volume da saga Empyrean, de Rebecca Yarros, eleva ainda mais o nível de tensão, complexidade emocional e épico de sua história. Depois dos sucessos explosivos de Quarta Asa e Chama de Ferro, Yarros nos entrega uma continuação eletrizante, onde o jogo político, a guerra iminente e as decisões pessoais de Violet Sorrengail se entrelaçam em uma narrativa que é tanto sobre sobrevivência quanto sobre identidade. Violet Sorrengail não é mais a cadete frágil e desacreditada do início da série. Agora, após dezoito meses no Instituto Militar de Basgiath, ela carrega cicatrizes – físicas, emocionais e morais. A guerra finalmente deixou de ser uma ameaça distante para se tornar uma realidade brutal. E Violet, como cavaleira de dragão e figura central de uma verdade escondida pelo governo de Navarre, se vê obrigada a cruzar as fronteiras conhecidas para buscar aliados em terras inexploradas. A protagonista enfrenta não apenas perigos físicos, mas dilemas éticos de grande peso. Guardar um segredo capaz de mudar o curso da guerra exige um equilíbrio delicado entre confiança e prudência. E esse segredo, como a sinopse sugere, pode destruir tudo o que ela mais ama: seus dragões, sua família, sua pátria — e Xaden, o guerreiro rebelde que divide com ela mais do que apenas um vínculo de paixão. Destaques do livro: Crescimento de personagem: Violet está mais madura, estratégica e impiedosa quando precisa ser. Ela lida com escolhas que desafiam não só sua coragem, mas sua moral. Construção de mundo expandida: Novas regiões de Empyrean são exploradas, revelando culturas, criaturas e magias desconhecidas. Política e traição: As camadas políticas se tornam ainda mais densas, com lealdades instáveis e conspirações que ampliam o suspense. Romance ainda mais intenso: A relação entre Violet e Xaden continua carregada de tensão, desejo, confiança (ou falta dela) e profundidade emocional. Dragões, batalhas e magia: Como sempre, os dragões roubam a cena — ferozes, inteligentes e, agora, envolvidos em uma guerra que também é deles. Estilo e ritmo Rebecca Yarros mantém o estilo ágil que a consagrou: capítulos curtos, ganchos fortes, diálogos afiados e alternância entre ação vertiginosa e momentos emocionais profundos. A escrita é viciante, e o ritmo raramente cede, fazendo com que o livro — apesar de volumoso — seja uma leitura rápida e envolvente. Para quem é o livro? Leitores de fantasia com romance vão amar. Se você é fã de Sarah J. Maas, Leigh Bardugo ou Jennifer L. Armentrout, a série Empyrean continua sendo um prato cheio. É também indicado para quem busca heroínas fortes, conflitos reais (mesmo em mundos fantásticos) e histórias que equilibram bem drama pessoal e batalhas épicas. Conclusão Tempestade de Ônix consolida Rebecca Yarros como uma das vozes mais poderosas da fantasia contemporânea jovem adulta. Com emoção crua, ação afiada e um universo que continua se expandindo de forma convincente, o terceiro volume da saga Empyrean é tão devastador quanto envolvente. E como todo bom penúltimo livro de saga, termina com reviravoltas que farão qualquer leitor desesperar pelo próximo.